sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Por uma educação mais humana

Talvez o certo fosse escrever sobre as eleições presidenciais. Meus colegas blogueiros, entre os quais, professores, jornalistas e amigos ainda em busca de um título que lhe garanta um determinado tipo de ascensão social estão se dedicandos de modo entusiasmado nesta empreitada. Prefiro não polemizar mais. Pelo menos aqui. Nas discussões em sala de aula, sala de professores ou com a minha orientadora minha postura é um pouco diferente.

Ao invés de olhar para a falta de humanidade corrente neste processo eleitoral, gostaria de chamar atenção para esta falta no processo educacional formal.

Aprendi com a professora Marilia Velardi - hoje docente no curso de ciências da atividade física na USP Lesta - a realizar perguntas profundamente simples. A que eu mais gosto é: o que é ser humano? Sem responder essa questão fica difícil para o professor estabelecer objetivos factíveis em qualquer nível de ensino. Muitas vezes não precisamos ensinar aos nossos alunos os conteúdos específicos de uma determinada disciplina, não é disso que ele precisa.

Neste semestre tive a oportunidade de estabelecer contato com diferentes grupos formados por discentes da educação básica e de nível superior e para o meu espanto apenas uma característica os separa: a idade. É claro que esta frase é radical, mas, sem radicalidade, não é possível chamar atenção.

Vigora entre esses grupos interesses marcadamente burocráticos, do tipo "o que eu preciso fazer para não reprovar em sua disciplina". As vezes me pergunto se devo me entregar as burocrácias das quais eles dependem ou continuo seguindo o caminho que estabeleci para mim, o da formação.

Pouco me importa a lista de chamada, o resultado final de uma prova, a apresentação de um trabalho em grupo. Importa sim o processo. É ele pode transformar a vida desses alunos, trazê-los para novas possibilidades, não apenas profissionais. O vício frenético pela lista de chamada, por cada meio ponto que pode ser atribuído a média final soa como um desacato àquilo que temos de mais importante: nossa humanidade.


sexta-feira, 15 de outubro de 2010

É preciso saber o que sou para um dia ser o que quero

Um dos pontos que me inquietam no campo da Educação Física é a falta - ou a sobra - de identidades com a qual convivemos. Temso várias áreas de conhecimento espalhadas por aí com o nome Educação Física. Não acredito que tal fato implique em desacerto, pelo contrário, é saudável para nós.

No entanto, cada sujeito que pratica a Educação Física em seus afazeres profissionais deixam de estabelecer um diálogo com os meandros de nossa área. Alguns são levados pelas bandeiras da Sociologia e da Antropologia, outros, pelas disciplinas ligadas a Medinica. E a Educação Física, o que é?

Penso que é chegada a hora de olharmos para as práticas desenvolvidas em nosso meio, não é possível estabelecer objetivos a médio e longo prazo com parâmetros exclusivamente externos como ocorre na pós graduação, por exemplo.

Se não soubermos quem somos será difícil ser o que queremos.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

A arte

Todo movimento artísitico têm fome de realidade.

Frase extraída da coluna assinada por João Pereira Coutinho na Folha de hoje.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Por quê será???

Terminei o mestrado e tenho menos tempo livre que antes... Vai entender.

domingo, 20 de junho de 2010

segunda-feira, 7 de junho de 2010

No Trabalho... novo

Há pouco tempo iniciei em um novo emprego. Não muito diferente do anterior, mas um avanço em minha carreira.

Exonerei o cargo que ocupava na secretaria estadual paulista de educação e ingressei na municipal. O motivo foi simples, não concordo com os procedimentos adotados pela secretaria na qual trabalhei para gerir o processo de formação das crianças com as quais trabalhava. A discordância tinha início no trato com as crianças, por vezes elas são desrespeitadas por toda a estrutura que envolve a escola, inclusive os professores. O fato cabal para o rompimento foi perceber o modo como os professores são vistos pelos governantes, me senti uma pessoa de menor valor ao ouvir entrevistas de deputados para a radio cbn. Este tipo de comportamento se reflete em toda a sociedade na forma de desrespeito ao professor, inclusive por parte do alunos.
Enfim, mudei de ares. A secretaria municipal de educação oferece salário inicial maior que a estadual, além dos benefícios e do plano de carreira docente. Pude escolher um Centro Educacional Unificado (CEU) para iniciar minhas atividades. Tudo certo? Sim!





Já coloquei a mão na massa...

sábado, 5 de junho de 2010

Quando eu terminar o mestrado...

No dia 27 de Fevereiro do ano corrente escrevi um post Homônino para este blog. Ali concentrei todas as expectativas de um jovem com sede de vida ao final de um processo tão desgastante como o de formação de um mestre.

Pois é. Neste exato momento tenho condições de fazer quase todas as coisas as quais me prôpus, poderia me dedicar mais a leitura sobre temas distintos, pensar menos na CAPES, poderia... de fato, não posso.

Me organizo para dar meus primeiros passos na carreira como mestre. Se não fizer isso ficarei recluso em meu emprego sem perspectiva de melhora, fato impensável para mim e toda sociedade ocidental.

Vamos ao trabalho, com as dificuldades que a vida impõe.

Vamos ao trabalho, tendo em vista que vivo para ser feliz e não o contrário.

Enfim, ao trabalho.

segunda-feira, 29 de março de 2010

Armando Nogueira

Morreu ontem aos 83 anos o jornalista Armando Nogueira. De todos comentaristas que acompanho no esporte ele foi o que melhor tratava nosso idioma, tanto na fala como na escrita. Morre um mestre, fica seu legado.

Obrigado pelas oportunidades de aprendizagem.

Post

Estou sem postar por falta de tempo. Volto logo mais.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Relações entre o Paradigma Biomédico e a prática pedagógica

Estabelecer uma relação entre prática pedagógica - em qualquer componente curricular Biomédico denunciado por Capra (1978) é mais simples do que pode parecer.

Paradigma refere-se a modelo. Nesse sentido, o termo indica um modelo de medicina alinhado aos valores epistemológicos gerados nas Ciências Biológicas. Falamos aqui nos séculos XVI e XVII, a essência deste modelo gira em torna da quantificação dos resultados obtidos em pesquisas e intervenções junto aos diferentes grupos societais. Naquela época a Medicina se destacou no meio científico e social, passaram a ditar regras para o bem viver, sempre com inspirações no modelo tradicional de ciência.

Com o passar dos anos novas epistemologias foram criadas, e os valores que outrora eram absolutos passaram a sofrer severas críticas. Com a medicina não foi diferente. As críticas, para variar, oriundas das ciências humanas demonstravam a desumanização das práticas adotadas pelos médicos...

Prática pedagógica no próximo post. Agora não da tempo.



quarta-feira, 10 de março de 2010

Estaleiro

Nesta semana vou ficar de molho por quatro dias. Estou com uma dor daquelas na região lombar.
A visita ao hospital revela o quanto somos prejudicados com o nosso modus vivendi, essa dor na região lombar me acompanha há alguns meses. Um dor irritante, que acaba com o meu bom humor.

Chegando ao hospital tomei aquele bom e velho chá de cadeira, quando finalmente entrei no consultório médico fui perguntado sobre os sintomas da dor. Desabafei... o médico olhou para o meu rosto e receitou dois remédios para dor. Remédio para dor? E os exames? Após pergunta-lhe ouvi a pior resposta possível: tome o remédio por uma semana, se a dor voltar me procure e nós marcamos uma ressonância magnética.

Capra (1978) veja bem 1978 denuncia o modelo biomédico de ciência como algo ruim para o ser humano. A maior preocupação não é o humano, outrossim, a doença. Este modelo culminou em algo pior, não se apura qual o motivo da doença, trata-se os sintomas.

Imagine uma dor insuportável na mão. Se você procurar um médico, pode ser que ele trate primeiro dos anéis que estão em seus dedos para depois olhar para sua mão.


quinta-feira, 4 de março de 2010

Soninha na TV Lance!

Sou fã declarado da Soninha Francine. Admiro sua visão de mundo e o modo como ela a explana. Não concordo com tudo, é claro. Porém acredito muito mais nela do que nos outros políticos.

Segue o link de uma entrevista cedida ao jornalista Benjamim Back, vale a pena conferir.

http://www.lancenet.com.br/multimidia/papocombenja/?vid=294c1088-200e-4d8a-99e5-e25b1468069e

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Quando eu terminar o mestrado...

Quero ter uma liberdade que jamais tive...
Quero ouvir mais músicas...
Pensar menos na CAPES...
Estudar mais sobre mais coisas...
Ir ao estádio assistir um jogo do corinthians...
Me preocupar menos, viver mais...

Hoje consigo perceber que nada na minha vida aconteceu por acaso, os sucessos e insucessos derivam de minha história, minha trajetória. Estou aqui escrevendo tentando unir forças e partir para a última empreitada em minha dissertação de mestrado antes da correção atenciosa, carinhosa e crítica da minha orientadora Vilma Nista.

Percebo que meu maior acerto foi o meu maior erro. Não seria feliz na carreira se não tivesse ingressado no mestrado como o fiz. Sob críticas e desconfianças daqueles que imaginam que o mestre precisa ter mais de trinta e cinco anos. Ao mesmo tempo sinto falta de tudo aquilo que uma pessoa de vinte e três gostaria de fazer... Há uma boa notícia, o processo está no fim! Não quero partir diretamente para doutorado, quero viver um pouco mais: viajar com a namorada, beber cerveja com os amigos, dar mais atenção aos meus alunos... Enfim, tirar esse peso das minhas costas.

Depois falo do futuro, agora tenho que terminar minha dissertação.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Dar Aula Cansa!

Dar aulas não cansa! Cursei a licenciatura em Educação Física ouvindo esta frase. Cansa é ver os alunos desinteressados na aula, sem ler sequer um texto relacionado à disciplina. Cansa o trânsito, cada vez mais caótico na cidade de São Paulo. Cansa o relacionamento com os coordenadores de curso, com os funcionários da segurança. Mas dar aula, isso não cansa mesmo.
Nesses poucos anos de experiência que acumulo percebi algumas coisas. Uma delas é que as discussões com superiores e colegas professores são coisas da profissão, portanto, da aula. O cansaço que provém do trânsito aparentemente irremediável da capital paulista são coisas da profissão, portanto, da aula. Os alunos, desinteressados, que nos dão trabalhos e nos levam a profundas reflexões sobre nossa prática pedagógica, além de testar como poucos nossa paciência existem, são coisas da profissão, portanto da aula.
Em outras palavras dar aulas cansa, e muito. É gostoso, gratificante quando da certo, é bom. Estar em contato com os alunos, criar laços afetivos com turmas inteiras, chegar a escola e sumir no meio de dez, vinte, trinta crianças que abandonam suas carteiras para correr e te abraçar, é maravilhoso.
Mas não se enganem, dar aula cansa e muito!

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Aquecimento

Hoje foi dia de atribuição. Para quem não sabe na rede estadual de ensino existe um processo de atribuição das aulas disponíveis em cada unidade escolar. Os professores concursados, ou melhor, os titulares de cargo efetivo - conhecido como efetivo - têm preferência na atribuição. Como sou efetivo pude atribuir minhas aulas hoje. Neste ano vou trabalhar com duas segundas séries, três terceiras, quatro quartas e uma sexta série.
A atribuição para os efetivos é tranquila. O momento mais desgastante desta fase é a atribuição para os professores que não são concursados - chamados de OFA. Esses professores tiveram que prestar uma "provinha" no fim do ano letivo de 2009. Alguns se deram bem outros, nem tanto. Muitos deles correm o risco de terem sua carga horária diminuída para 12 horas semanais a serem cumpridas do modo como a diretoria da unidade escolar melhor entender.
Isso tem gerado muitas irritações nesses professores. Para dizer a verdade não tenho um posicionamento definitivo em relação a este assunto. Não será fácil resolver este problema. Considero que há um número excessivo de professores contratados em caráter temporário na rede de ensino. Alguns defendem a efetivação compulsória desses professores, mas, sempre me pergunto se essa é a saída...

sábado, 30 de janeiro de 2010

Está chegando a hora



Equanto algumas pessoas começam a se preparar para o carnaval, organizo minhas coisas e meu espírito para voltar ao trabalho.
Em 2010 inauguro meu quarto ano como professor de Educação Física na rede estadual de ensino, o terceiro como efetivo no cargo - em 2007 trabalhei como eventual.
Tudo indica que este ano será melhor que os outros. Pela experiência que pude adquirir nos anos anteriores; pela melhora nas condições da escola e, sobretudo, por eu conhecer os alunos e eles me conhecerem. Acredito que isso é fundamental.
Vamos ver como será...

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Vida de Mestrando



Vida de mestrando é basicamente essa. Nós temos o direito de ir e vir, mas se puder levar o Lap Top melhor.

Passei o último fim de semana em Cássia, interior de Minas Gerais que fica a mais ou menos 400 quilômetros de São Paulo.

Estava organizando um dos últimos capítulos da minha dissertação de mestrado quando fui surpreendido pelo Hercules, garoto da foto, que me perguntou o seguinte: O que você está fazendo neste negócio?

Entre uma explicação e outra fui fotografado pela minha mãe.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Homenagem a vida de Dona Zilda Arns

Que Deus a receba com o carinho que a senhora dedicou a todas as pessoas que passaram pela sua vida.

Que aqueles que ficaram por aqui tenham a oportunidade de aprender com as grandes lições de sua vida

Que tenhamos a oportunidade de viver a vida.

Obrigado.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Obrigado por Fumar



O Filme Tank you for Smoking - Obrigado por Fumar - aborda como nenhum outro, assistindo por mim, a temática do fumo por um outro ponto de vista.
Classificado como comédia, o filme estrelado por Aaron Eckhart, no papel de Nick Naylor, mergulha em uma temática contemporânea, ou melhor, uma temática que acompanha a humanidade há muito tempo.
Nick Naylor é um profissional que ganha a vida defendendo o uso de cigarros. Sabe-se que essa indústria movimenta trilhões, seja la a cifra que você prefira utilizar: real, euro, dólar, libras...
Sua profissão: o lobby. Essa atividade é muito comum em diferentes meios, mas, aparece com inigualavel destaque na política. Os lobbystas defendem pontos de vista, as vezes comuns ao da maioria da sociedade, as vezes, opostos.
Nick Naylor é um desses lobistas - vou mudar a grafia, estou achando feio escrever do outro jeito - que lutam por interesses que claramente não agradam a maioria da população. Ele é representante de uma fundação de estudos do tabaco e, como tal, defende seu produto de uma maneira muito inteligente, seu argumento principal: a autonomia.
Tomei o cuidado de perceber quantas vezes o termo autonomia aparece no filme. Fiquei surpreso, não apareceu nenhuma vez. Por outro lado, o argumento central de Nick para defender o fumo era a liberdade de escolha. Para ele, todos devem ter o direito de escolher. Se a escolha de um cidadão for pelo cigarro, as pessoas devem respeitar sua decisão e acatá-la.
A mensagem do filme é interessante. Vale a pena assistir. No entanto, a percepção de autonomia como possibilidade de escolha individual difere daqueles que tenho estudado no mestrado.
Como um retrato da sociedade norte americana, o filme está baseado no ponto de vista da individualidade. O Empowerment Individual é uma possibilidade para a contrução do conceito de autonomia, mas nos reserva armadilhas perigosas...
A ideia deste post é indicar o filme e utiliza-lo como ponto de partida para falarmos um pouco sobre autonomia. Nos próximos posts vamos dialogar um pouco mais sobre o conceito expresso no filme e a autonomia na qual acredito.
Obrigado por fumar

Gênero: Comédia Dramática
Tempo: 92 min.
Lançamento: 18 de Ago, 2006
Lançamento DVD: Jan de 2007
Classificação: 12 anos
Distribuidora: Fox Filmes