Após todos lamentáveis acontecimentos, as aulas começarão na rede estadual do estado de São Paulo. Parte dos problemas eu explicitei em outro post, apesar de tudo nem este problema foi resolvido, no fim das contas deu-se um jeito, acredita?
Nos dias 11,12 e 13 nos ocupamos com o planejamento de nossas ações pedagógicas para 2009. Infelismente, a maioria do corpo docente da escola na qual trabalho foi alterado, alguns professores pediram remoção, outros, não conseguiram continuar. Como a diretora da escola fala: "A escola entra em seu quarto ano de atividade e passa pela quarta inauguração".
Muitos professores decidiram sair, eu não, quis ficar. Agora, sei o que esperar dos alunos, alguns foram meus alunos ano passado, a maioria não. Sou sabedor de que a maioria mora ali nos prédios que foram construídos pelo governo, eles vieram de favelas da Vila Prudente, zona norte da capital paulista, alguns se acostumam, outros não. Eles são carentes muito carentes, na região não há espaços para o lazer. Muitos são filhos de mães solteiras, que trabalham arduamente para conseguir sustentar seus filhos, muitas são irmãs mais velhas que se ocupam, com 10 ou 11 anos da "criação" dos irmãos mais novos.
Não é fácil. Ano passado, quando comecei a trabalhar nesta escola, esperava por tudo isso, mas, quando me deparei com a realidade senti a força que faz soprar os ventos da perpetuação das desigualdades. Fazer ventar o saber humano é tarefa complicada, que neste ano pretendo oferecer com maior afinco.
Só para lembrar vou trabalhar com duas segundas séries, quatro terceiras séries e quatro quartas séries.
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