domingo, 25 de janeiro de 2009

Queda na produção científica da USP, bom sinal?

Hoje, o pai da minha namorada comprou o jornal Folha de São Paulo em sua casa, acho a Folha um dos melhores jornais aqui de São Paulo e logo deixei de prestar atenção na televisão e comecei a ler a partes que me interessavam.
Comecei, é claro, pelo caderno de esportes. Quem não começaria? Talvez minha mãe, minha namorada, minha orientadora... mas isso não vem ao caso. Quando cheguei ao caderno cotidiano me deparei com a seguinte manchete: "Aos 75, USP tem mais alunos e menos produção científica".
Obviamente o título chamou minha atenção e dediquei minha atenção aquela reportagem. Quando eu comecei a ler me perguntei: a USP produzir mais é bom ou ruim? Conclui naquele momento que pode ser os dois e que ao final da reportagem uma breve reflexão revelaria uma opinião mais crítica sobre essa situação.
De acordo com a Folha, a média da publicações por docente caiu 30, 4% de 2003 para cá, enquanto o número de vagas ofertadas subiu 27,7%. Logo percebi que outras matérias foram publicadas no mesmo caderno em torno do mesmo tema.
Após a leitura me posiciono ao lado daqueles que defendem o aumento das vagas nos cursos de graduação da USP, ao contrário do que muitos pensam a universidade é espaço para o ensino, a pesquisa e a extensão, não é possível investir todo o dinheiro repassado pelo governo apenas em pesquisas, que muitas vezes não estam relacionadas com a nossa "gente".
Quanto a diminuição do número de publicações restou uma dúvida, será que ela caiu mesmo? Ou será que estamos publicando melhor? Primeiro devo deixar claro que publicar melhor na minha concepção é tornar público para uma determinada população um avanço científico que lhe pode ser útil. Tomando este conceito como ponto de partida, nossos melhores estudos seriam publicados em revistas nacionais, e não em periódicados indexados ao ISI - Instituto para a informação científica. Se eu deixo de publicar em um desses periódicos para publicar em uma revista nacional b, meu texto pode ser lido por mais brasileiros, portanto pode ser mais útil para o Brasil, mas para os quantificadores do ISI não seria nada.

Nesse sentido, me parece que a queda na produção científica da USP é um bom sinal.

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